O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou a quebra dos sigilos fiscal e
bancário do senador José Agripino Maia (DEM-RN) e de mais dez pessoas e cinco
empresas ligadas ao parlamentar, que é presidente do DEM.
Em outubro do ano passado, o STF
abriu um inquérito contra o senador. A Procuradoria-Geral da República (PGR)
utilizou mensagens apreendidas pela Polícia Federal no celular de um dos
executivos da empreiteira OAS, José Aldelmário Pinheiro, condenado na Operação
Lava Jato, para embasar o pedido de abertura de inquérito contra Agripino.
O senador é investigado pelo
suposto recebimento de dinheiro da empreiteira OAS, responsável pela construção
da Arena das Dunas, estádio construído em Natal para Copa do Mundo de 2014.
A PGR pede a quebra dos sigilos
de 2010 a 2015. De acordo com o pedido, há elementos nos autos que indicam que
“os fatos se relacionam a complexo esquema de recebimento e repasse de valores
ilícitos para várias pessoas, mediante a utilização de diversas empresas, com a
finalidade de ocultar a origem e o destino final dos recursos envolvidos. Nesse
contexto, mostra-se essencial à descoberta da verdade o acesso aos dados
fiscais e bancários dos implicados na situação”.
A quebra de sigilo bancário e
fiscal foi decidida por Barroso no último dia 7 e atende a um pedido feito pela
PGR no mês passado. De acordo com a decisão, a PGR demonstrou que as provas
apontam indícios de lavagem de dinheiro.
“Com efeito, há nos autos
informações de operações financeiras realizadas pelo investigado que
consubstanciariam indícios da prática de lavagem de dinheiro. Como explicitado
pelo Procurador-Geral da República, estes elementos, aliados aos demais
indícios coletados, recomendam o aprofundamento da investigação com o deferimento
da medida requerida”, diz a decisão.
No pedido feito ao STF, a PGR
lista familiares, empresas, assessores e ex-assessores do senador, que também
terão os sigilos bancário e fiscal quebrados. O deputado federal Felipe Maia,
filho de Agripino, está entre os citados.
Por meio de sua assessoria,
Agripino Maia disse que a quebra de sigilo vai ajudar no esclarecimento dos
fatos e mostrar “a falta de fundamento” das acusações. “Tenho certeza que
tornarão clara a improcedência da acusação que me é feita, de conduta irregular
na construção da Arena das Dunas.”
A assessoria do deputado Felipe
Maia também informou que a medida será positiva para o esclarecimento da
denúncia. “A quebra dos meus sigilos fiscal e bancário, autorizada pelo Supremo
Tribunal Federal, contribuirá para esclarecer em definitivo os fatos
investigados e comprovará a falta de fundamento e consistência das acusações
feitas contra o senador José Agripino e pessoas ligadas a ele”, disse.
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