Dizem os neo-governistas baianos, como Geddel e o deputado Antonio Imbassahy, que a prioridade número um agora é tirar o Brasil do buraco. Ou melhor, botar gás na economia, que já provocou a queda de Dilma.
Geddel saiu do quase ostracismo e foi guinchado ao primeiro escalão por Michel Temer. E Imbassahy, como líder do PSDB na Câmara no impeachment, também subiu o cacife. Como figuras federais, eles sabem que lá influencia cá.
Em miúdos, um insucesso de Temer é gol contra para ambos, de saída, por extensão para a oposição baiana.
ACM Neto está no mesmo jogo também torcendo por Temer, óbvio, mas com outras aspirações imediatas: quer colher os benefícios que com Dilma nunca teve.
Como fica Geddel com Neto, se ambos gostariam de disputar o governo? Essa briga não vai haver, dizem os dois. Em princípio, a composição de 2018 é mais fácil.
Há duas vagas para o Senado, o que muito ajuda.
Rui Costa, outro ator top de 2018, ganhou e perdeu. Tem o bom desempenho como trunfo. Era desconhecido e revelou-se positivamente. Deu o azar de enfrentar um momento de crise sacramentado com a queda de Dilma.
Mas Jaques Wagner já avisou:
– Quem pensa que estamos acabados, está muito enganado.
Regras incertas
Lógico que daqui até 2018 há muita água para rolar. Sequer se sabe quais serão as regras da campanha, especialmente em um ponto crucial, o financiamento de campanha.
E nesse ponto, os dois lados concordam: do jeito que está, não dá para ficar. Não há como fazer campanha em um estado como a Bahia só com doações individuais.
O jogo ficaria desigual. Geddel, por exemplo, é dono de avião. E os outros, iriam se locomover como?
Sempre atrás
Diz a senadora Lídice da Mata (PSB) que as mudanças na Bahia sempre chegam com atraso.
Depois que o PT ganhou, em 2002, o carlismo, com Paulo Souto no governo, ainda imperou mais quatro anos.
Também é certo que a oposição baiana sabe: desbancar Rui Costa do Palácio de Ondina não é tarefa fácil.
Além de Geddel, ACM Neto tem conversado muito com o deputado Antonio Imbassahy (PSDB), não só sobre a conjuntura nacional, mas também sobre a local.
O xis da questão: Geddel porque virou ministro de Temer e Imbassahy por ter sido líder do PSDB, o principal partido de oposição, no impeachment, subiram o cacife.
E Neto quer todos no mesmo palanque.
Cartas na mão
O deputado Benito Gama (PTB) é o encarregado pela bancada federal oposicionista de levantar os cargos federais na Bahia e os respectivos ocupantes para fazer a partilha entre os aliados.
Até agora, já identificou 45.
Benito é o cara que vai distribuir o baralho. Se diz que ACM Neto quer o Iphan.
A entrega do título de cidadã baiana a Beth Wagner, sexta na Assembleia, reuniu alguns ícones do PT, como Jorge Solla, e o que deveria ser um ato solene, virou um protesto ‘contra o golpe’. Alguém convidou ‘o ex-ministro Juca Ferreira’ para a mesa, o deputado Marcelino Galo, o anfitrião, interveio:
— Ex-ministro, não! Ministro, porque tudo que está aí é ilegítimo!
Como Temer recuou e decidiu reabilitar o MinC, só falta Juca reivindicar a vaga.
O Google vem aí
ACM Neto vai dar coletiva hoje (10h) no Sheraton sobre o novo modelo educacional a ser adotado em Salvador, baseado no Google.
A ideia, que encanta alguns, arrepia os cabelos de outros, como os do professor Nelson Pretto, da Faculdade de Educação, que toca o projeto Polêmicas Contemporâneas.
— O avanço dos tentáculos do Google no campo educacional é algo assustador. Levantamento que estamos realizando indicam que o Google já firmou acordo com os governos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com a Prefeitura de Florianópolis/SC e a Unicamp. É algo privado entrando forte no ensino público, o que não dá para aceitar.
Na terra máter
Porto Seguro teve uma sacudida política. Lúcio Pinto (PMDB), irmão do ex-prefeito Ubaldino Pinto, que estava encolhido porque respondia a um processo na justiça eleitoral por abuso do poder radiofônico, venceu no TSE e vai disputar a eleição deste ano.
Lá, estavam candidatas à prefeita Cláudia Oliveira (PSD) e a vereadora Roberta Cayres (PPS). Ubaldino chegou a mandar o primo, o deputado federal Uldurico Júnior, transferir o título de Teixeira de Freitas para lá, como plano B.
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