quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Sessão especial na AL-BA discute impactos do golpe para as mulheres

Quase dois anos após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), “o saldo é o desmonte das estruturas de políticas públicas para mulheres, além do enfraquecimento da participação feminina nos espaços de poder”, diz o livro ‘O golpe na perspectiva de gênero’, que será lançado nesta quinta-feira (1º/03), às 14h30min, na Assembleia Legislativa da Bahia, durante a sessão especial ‘Mulher e Democracia’.

Organizado pela bancada feminina da Casa, coordenada pela deputada estadual Neusa Cadore (PT), o evento dará início na Bahia ao calendário de mobilizações referentes ao ‘Março Mulher’. A atividade terá a participação de parlamentares, da  secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira; da secretária de Trabalho, Emprego e Renda, Olívia Santana; da professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Celi Regina Pinto; da vereadora Marta Rodrigues (PT); além de outras lideranças políticas e feministas.

Organizado pela professora Linda Rubim e a jornalista Fernanda Argolo, ambas pesquisadoras Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura da Ufba (Cult), o livro reúne 12 ensaios que sinalizam os enfrentamentos de gênero, que acompanharam a gestão e a crise do mandato da presidente Dilma Rousseff. Aborda também as reações das mulheres à sua destituição e os impactos do impeachment para a participação política das mulheres no Brasil e a democracia.

“O afastamento de Dilma Rousseff, primeira mulher eleita presidente do Brasil, gerou inflamados debates sobre economia e corrupção, enquanto a questão de gênero, apesar de evidentes tensões nesse campo, foi uma questão praticamente à margem das pautas de discussões. Ficou relegada ao status de questão menor”, afirmam as organizadoras na publicação.

O livro também destaca como o processo histórico de inserção das mulheres ao espaço político tem sido marcado por uma dinâmica de avanços e retrocessos. As autoras recuperam o debate sobre o que é ser político na conjuntura brasileira e porquê Rousseff foi considerada uma mulher fora de seu lugar. De acordo com elas, “a representação estereotipada da presidente pela mídia e a banalização do debate sobre as mulheres em locais de poder é um dos pontos altos do título, que recupera os episódios de sexismo que marcaram o período da gestão”.

Fonte: AL-BA

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