A maioria dos políticos ouvidos por este Política Livre sobre o bunker descoberto ontem pela Polícia Federal atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) está simplesmente pasma. Diz que nunca viu tanto dinheiro junto nem imaginou que o peemedebista pudesse acumulá-lo num apartamento simples, a poucos quilômetros de casa.
O espanto de todos eles começou a aumentar quando a contagem das notas bateu a casa dos R$ 21 milhões. Era início da noite e as máquinas da Polícia Federal não paravam. Até ali, os palpites eram de que a quantia que a PF dizia pertencer ao ex-ministro dos governos Lula (do PT), e Michel Temer (PMDB) não passaria dos R$ 30 milhões.
Ledo engano. Quando as máquinas totalizaram a quantia em R$ 51 milhões, pouco mais de R$ 8 milhões deles em dólar, depois da 1h da manhã desta quarta-feira, quem estava acordado acompanhando o noticiário se rendeu à evidência de que “o mundo acabou para o ex-ministro”.
Pela simples razão de que não há explicação plausível para tamanha fortuna, ou “tesouro perdido”, nome da operação que estourou o bunker, muito apropriada para a situação, já que a dinheirama que pertenceria a Geddel Vieira Lima será toda encaminhada para um banco na forma de depósito judicial.
Um político petista que não quis se identificar disse que a descoberta da Polícia Federal contamina todo o entorno do ex-ministro, mas é ruim para a classe política de forma geral, inclusive, nacionalmente. Afinal, como lembrou, trata-se da maior apreensão de dinheiro já efetuada pela PF “e o achado envolve exatamente um político”.
“Só vi um negócio desses na série Narcos”, disse um outro político, referindo-se à série da Netflix que entra em sua terceira fase retratando a história do narcotraficante Pablo Escobar e, posteriormente, do cartel de Cali, na Colômbia. Por mais que afirmem que não há o que explicar, há ansiedade em torno de como o ex-ministro irá se posicionar.
“Será que ele vai dizer que o dinheiro é de herança?”, especulava uma fonte que, apesar de ter convivido politicamente com Geddel até a sua prisão, sempre manteve dele “distância regulamentar”, conforme faz questão de ressaltar. Não passou despercebido de todos um detalhe.
Os defensores jurídicos do ex-ministro, considerados extremamente competentes por terem conseguido converter sua prisão em domiciliar, e que vinham alegando desde o princípio que ele não cometera crime algum, evitaram se posicionar ontem no Jornal Nacional, o que, para a maioria, foi um péssimo sinal.
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