Só o deputado estadual Marcelino Galo (PT), e ainda em caráter pessoal, conforme ressalvou, compareceu ao evento em que o PCdoB lançou ontem a pré-candidatura da deputada federal Alice Portugal à Prefeitura de Salvador. Era um sinal esperado do partido do governador Rui Costa. Os petistas avisaram aos comunistas, com ampla antecedência em relação ao ato, que não pretendem encampar qualquer projeto eleitoral em Salvador encabeçado por Alice.
Seria diferente se a candidata fosse a hoje presidente do PCdoB em Salvador, Olívia Santana, que o PT via, segundo a interpretação de pesquisas com a qual o PCdoB tem todos os motivos para não concordar, como a melhor opção para enfrentar o prefeito ACM Neto (DEM), franco favorito ao pleito de outubro. Mas é inegável que a iniciativa dos comunistas de desafiarem a hegemonia petista e lançarem Alice coloca o partido na dianteira do processo sucessório na capital no campo esquerdista.
Não fosse a declaração da pré-candidata sobre a sua candidatura de que em política nada é definitivo, uma obviedade que não precisava ser proclamada num evento destinado a exatamente celebrar seu nome, os comunistas poderiam, neste momento, comemorar com festa o fato de terem dado a largada na corrida ao Palácio Thomé de Souza. Afinal, o PT até agora não esboçou uma estratégia para Salvador, para a qual precisa de um candidato que não escolheu, o que já motivou até um protesto de Rui Costa.
Além disso, o partido trabalha com uma idéia alternativa de apoiar a senadora Lídice da Mata (PSB), um nome que de fato sugere honestidade, valor cada vez mais distante da política nacional, mas que está muito longe de representar qualquer novidade e cuja gestão como prefeita da cidade no início da década de 90 dificilmente poderá ser usada como vitrine para o enfrentamento sucessório. Não se entende, portanto, por que o auto-boicote de Alice num momento em que teria motivos apenas para festejar.
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