O presidenciável pelo PSL foi o entrevistado desta terça-feira (28) e, quando questionado sobre desigualdade salarial, disse que é comum homem receber mais do que mulher.
Candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro foi o entrevistado do Jornal Nacional desta terça-feira (28). Conhecido pelas declarações polêmicas, o presidenciável também fez o clima esquentar na bancada do JN.
Durante a entrevista, ele chegou a bater boca com os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, além de supor que haveria diferença salarial entre os dois.
A primeira pergunta para o candidato foi referente a sua proposta de representação do novo na política brasileira – mesmo estando em seu sétimo mandato, com um total de 27 anos ininterruptos como deputado federal em Brasília. “A minha família é limpa na política”, defendeu.
O clima esquentou mesmo quando o assunto mudou para desigualdade salarial. Bolsonaro voltou a isentar o Estado da responsabilidade de propor medidas para reduzir a prática, afirmando que o “presidente não pode fazer nada a respeito para mudar esse quadro” e declarando que resolver a questão cabe ao Ministério Público do Trabalho (MPT). “É só a mulher denunciar que o MPT irá entrar no assunto. O MPT pode ser questionado”, disse.
Em seguida, sugeriu que é comum, em algumas áreas de trabalho, que homens recebam mais do que mulheres, e insinuou que o mesmo estaria ocorrendo bancada do JN. Nitidamente ofendida com a declaração, a jornalista Renata Vasconcellos rebateu:
“Eu vou interromper vocês dois. Eu poderia, como qualquer cidadã brasileira, fazer questionamentos sobre seus proventos, porque o senhor é um deputado público, e, eu como contribuinte, ajudo a pagar o seu salário. E eu posso garantir ao senhor, como mulher, que eu jamais aceitaria receber um salário menor ao de um homem que exercesse as mesmas funções a atribuições que eu”, afirmou.
O clima voltou a esquentar quando o candidato pelo PSL exaltou o golpe de 1964, o que chamou de “Revolução Democrática de 1964”, e lembrou que o mesmo foi defendido na época por Roberto Marinho e o Grupo Globo. Ao fim da edição do JN desta terça, a bancada leu nota da emissora ratificando o editorial que realizou em 2013 declarando que “reconheceu que o apoio ao golpe foi um erro”.