Detenção aconteceu por volta das 16h no Chame-Chame; Palácio Thomé de Souza aposta em reversão de acusação de "obstrução de justiça"
A prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), foi efetuada pela Polícia Federal por volta das 16h desta segunda-feira (3), em sua residência, no Condomínio Pedra do Valle, no bairro do Chame-Chame, em Salvador.
A informação foi revelada ao bahia.ba por aliados do peemedebista, que trataram do assunto como um “drama familiar”. Na saída do apartamento houve comoção, sobretudo na despedida do filho Geddelzinho, de 7 anos, e da esposa, Alessandra.
O ex-homem forte do governo Temer sofreu há quase um ano e meio a morte do pai, Afrísio, e atualmente andava preocupado com a saúde da mãe, dona Marluce. Seu caçula, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, sofreu um acidente de carro na semana passada e deixou o hospital há poucos dias, ao mesmo tempo em que revelou a aposentadoria eleitoral do irmão ao bahia.ba.
Politicamente, a detenção de Geddel, que deverá ficar do presídio da Papuda (DF), não chegou a ser uma surpresa no Palácio Thomé de Souza, cuja cúpula permaneceu em silêncio. Integrantes da equipe do prefeito ACM Neto (DEM) chegaram a dizer à reportagem que, de certa forma, com o andamento das investigações da Operação Lava Jato, a preventiva era até esperada. A entrega do passaporte e do sigilo bancário já teria sido um “ato desesperado” da defesa para evitar a consagração do fato.
No entanto, a acusação de “obstrução de justiça” foi classificada por membros do primeiro escalão municipal como uma “aberração”, uma vez que a decisão do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, teria se baseado em mensagens trocadas com o doleiro Lúcio Funaro 60 dias atrás.
A expectativa do grupo político do democrata é de que, com uma “acusação frágil”, a reversão da prisão preventiva do coligado seja obtida com certa facilidade junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo advogado do ex-ministro, o criminalista Gammil Föppel, que classificou a sentença do magistrado como “absolutamente desnecessária”.
A prisão de Geddel se deu como parte das investigações da Operação Cui Bono, que apura irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.
Em parte da decisão, o juiz Vallisney Oliveira diz que o peemedebista teria recebido R$ 20 milhões em dinheiro de Funaro e que “solto […] poderá escamotear/esconder esse dinheiro recebido em espécie ainda não localizados, pelas suas apontadas condutas indevidas, fazendo-se necessária também aqui a prisão cautelar para que a decisão não possa ‘cair no vazio’ da ineficácia quanto à reparação de dano e devolução dos valores, caso ao final haja processo e sentença eventualmente condenatória [risco à ordem pública]”.
O comandante do PMDB baiano foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da CEF de 2011 a 2013.
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